Cardiologista explica os exames que costumam ser prescritos para identificar riscos cardíacos e desenvolver ações preventivas
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A maioria das pessoas usa a virada do ano para estipular metas e objetivos visando o novo ciclo que está por vir - e os cuidados com a saúde quase sempre lideram esta listinha. No entanto, são poucos os que lembram que cuidar do coração deve ser uma prioridade.
Com isso em mente, o VIDA & ESTILO conversou com a cardiologista Ana Márcia Freitas para saber quais exames costumam ser prescritos para identificar riscos cardíacos e balizar ações preventivas.
De acordo com a especialista, são seis os procedimentos principais: eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, exames de sangue, Holter de 24h e Mapa de 24h.
Cardiologista Ana Márcia Freitas os exames podem identificar problemas cardíacos precocemente, permitindo intervenções antes que ocorram complicações graves
Conforme a cardiologista, o eletrocardiograma é o exame inicial solicitado. Ele serve para avaliar a atividade elétrica do coração, identificando arritmias e possíveis sinais de infarto, por exemplo. “É como se fosse uma foto daquele exato momento da sua atividade elétrica”, ilustrou.
Já o ecocardiograma nada mais é que uma ultrassom do coração, servindo para visualizar as estruturas cardíacas e avaliar o funcionamento do órgão.
Enquanto isso, o teste ergométrico analisa o desempenho cardíaco durante o esforço físico. “Através dele podemos, por exemplo, acompanhar a variação da pressão arterial e presença de arritmias durante esforço”, completou a especialista.
Exames de sangue
Diferentemente do que muitos pensam, os exames de sangue atuam como importantes indicativos na avaliação cardiológica. Por conta disso, é de praxe profissionais solicitarem a realização de exames de colesterol, triglicerídeos, glicemia e função renal. “Outros, como troponina, ck-mb e cpk, são solicitados na urgência para identificar dano cardíaco agudo, como no infarto agudo do miocárdio”, afirmou Ana Márcia.
Monitoramento
Os exames Holter e Mapa, ambos de 24h, são importantes procedimentos de monitoramento da atividade do coração. “O Holter monitora o coração por 24 horas e é útil para detectar arritmias em pacientes que se queixam de palpitações, avaliação de síncopes ou para melhor avaliação de distúrbios elétricos, que já tenham sido identificados no eletrocardiograma inicial”.
Já o Mapa acompanha a pressão do paciente durante um dia, servindo para diagnóstico de hipertensão arterial ou sua exclusão nos casos de hipertensão do jaleco branco - falsa elevação da pressão durante idas ao médico, por ansiedade - e para ajuste medicamentoso em pacientes que já usam anti-hipertensivo.
Fatores de risco
Conforme Ana Márcia, a escolha dos exames varia de acordo com alguns fatores de risco, como histórico familiar, idade, presença de doenças crônicas (como diabetes e hipertensão), tabagismo, obesidade, sedentarismo e sintomas relatados pelo paciente.
“Por exemplo, um paciente com histórico de infarto precoce na família pode ter que fazer exames mais cedo e com maior frequência”, indicou a cardiologista.
Pós-exames
Com base nos resultados desses procedimentos e no exame físico, realizado durante a consulta, é possível que o cardiologista recomende mudanças pontuais na vida do paciente, como dietas, exercícios físicos ou redução do estresse. “Estes devem ser encorajados em todos os pacientes, de acordo com a evolução de suas doenças”, ressaltou Ana Márcia.
Além disso, há a possibilidade do paciente fazer uso de medicamentos para controlar colesterol, pressão arterial ou diabetes. “O plano de ação é individualizado e visa reduzir riscos antes do desenvolvimento de doenças cardíacas mais graves”, completou a cardiologista.
Idade ideal
Segundo Ana Márcia, em geral, recomenda-se iniciar os check-ups de rotina a partir dos 40 anos - para adultos sem fatores de risco. “Para pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas precoces, diabetes ou hipertensão, os exames podem começar ainda mais cedo, por volta dos 30-35 anos”, reforçou a especialista.