Novo ciclo

Fique por dentro dos cuidados que devemos ter com a saúde do coração

Cardiologista explica os exames que costumam ser prescritos para identificar riscos cardíacos e desenvolver ações preventivas

Gabriel Machado
online@acritica.com
22/12/2024 às 08:46.
Atualizado em 22/12/2024 às 08:46

(Foto: Divulgação)

A maioria das pessoas usa a virada do ano para estipular metas e objetivos visando o novo ciclo que está por vir - e os cuidados com a saúde quase sempre lideram esta listinha. No entanto, são poucos os que lembram que cuidar do coração deve ser uma prioridade.

Com isso em mente, o VIDA & ESTILO conversou com a cardiologista Ana Márcia Freitas para saber quais exames costumam ser prescritos para identificar riscos cardíacos e balizar ações preventivas.

De acordo com a especialista, são seis os procedimentos principais: eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, exames de sangue, Holter de 24h e Mapa de 24h.

“Esses exames são importantes porque ajudam a identificar problemas cardíacos precocemente, permitindo intervenções antes que ocorram complicações graves”, destacou Ana Márcia.

Cardiologista Ana Márcia Freitas os exames podem identificar problemas cardíacos precocemente, permitindo intervenções antes que ocorram complicações graves

 Conforme a cardiologista, o eletrocardiograma é o exame inicial solicitado. Ele serve para avaliar a atividade elétrica do coração, identificando arritmias e possíveis sinais de infarto, por exemplo. “É como se fosse uma foto daquele exato momento da sua atividade elétrica”, ilustrou.

Já o ecocardiograma nada mais é que uma ultrassom do coração, servindo para visualizar as estruturas cardíacas e avaliar o funcionamento do órgão.

Enquanto isso, o teste ergométrico analisa o desempenho cardíaco durante o esforço físico. “Através dele podemos, por exemplo, acompanhar a variação da pressão arterial e presença de arritmias durante esforço”, completou a especialista.

Exames de sangue

Diferentemente do que muitos pensam, os exames de sangue atuam como importantes indicativos na avaliação cardiológica. Por conta disso, é de praxe profissionais solicitarem a realização de exames de colesterol, triglicerídeos, glicemia e função renal. “Outros, como troponina, ck-mb e cpk, são solicitados na urgência para identificar dano cardíaco agudo, como no infarto agudo do miocárdio”, afirmou Ana Márcia.

“Exames como estes ajudam a identificar fatores de risco que podem ser corrigidos com mudanças no estilo de vida e tratamento medicamentoso, bem como, no caso da troponina, a identificação do infarto e seu tratamento no pronto socorro”, acrescentou a cardiologista.

Monitoramento

Os exames Holter e Mapa, ambos de 24h, são importantes procedimentos de monitoramento da atividade do coração. “O Holter monitora o coração por 24 horas e é útil para detectar arritmias em pacientes que se queixam de palpitações, avaliação de síncopes ou para melhor avaliação de distúrbios elétricos, que já tenham sido identificados no eletrocardiograma inicial”.

Já o Mapa acompanha a pressão do paciente durante um dia, servindo para diagnóstico de hipertensão arterial ou sua exclusão nos casos de hipertensão do jaleco branco - falsa elevação da pressão durante idas ao médico, por ansiedade - e para ajuste medicamentoso em pacientes que já usam anti-hipertensivo.

Fatores de risco

Conforme Ana Márcia, a escolha dos exames varia de acordo com alguns fatores de risco, como histórico familiar, idade, presença de doenças crônicas (como diabetes e hipertensão), tabagismo, obesidade, sedentarismo e sintomas relatados pelo paciente.

“Por exemplo, um paciente com histórico de infarto precoce na família pode ter que fazer exames mais cedo e com maior frequência”, indicou a cardiologista.

Pós-exames

Com base nos resultados desses procedimentos e no exame físico, realizado durante a consulta, é possível que o cardiologista recomende mudanças pontuais na vida do paciente, como dietas, exercícios físicos ou redução do estresse. “Estes devem ser encorajados em todos os pacientes, de acordo com a evolução de suas doenças”, ressaltou Ana Márcia.

Além disso, há a possibilidade do paciente fazer uso de medicamentos para controlar colesterol, pressão arterial ou diabetes. “O plano de ação é individualizado e visa reduzir riscos antes do desenvolvimento de doenças cardíacas mais graves”, completou a cardiologista.

Idade ideal

Segundo Ana Márcia, em geral, recomenda-se iniciar os check-ups de rotina a partir dos 40 anos - para adultos sem fatores de risco. “Para pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas precoces, diabetes ou hipertensão, os exames podem começar ainda mais cedo, por volta dos 30-35 anos”, reforçou a especialista.

“O histórico familiar precoce e o estilo de vida influenciam diretamente em quando começar e com que frequência realizar os exames”, disse.
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