Licitação

DNIT contrata nova empresa para reconstruir pontes na BR-319 por R$ 8,4 milhões

Atraso na obra da primeira empresa após falta de fiscalização do DNIT levou a custo adicional com dinheiro do contribuinte

Waldick Júnior
waldick@acritica.com
22/12/2024 às 10:09.
Atualizado em 22/12/2024 às 10:09

Em 28 de setembro de 2022, a estrutura da ponte sobre o rio Curuçá desabou e deixou cinco pessoas mortas, além de dez feridos. (Foto: Junio Matos)

A empresa Amazônia Navegações Ltda venceu a nova licitação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para a reconstrução das duas pontes que caíram na rodovia BR-319, em 2022. O novo pregão ocorreu após a empresa anterior, J. Nasser Engenharia, ter seu contrato rescindido pelo DNIT por atrasos na obra. Com a falta de fiscalização do DNIT no primeiro serviço, avaliado em R$ 43,3 milhões, o novo contrato terá um custo adicional de R$ 8,4 milhões. 

Segundo o DNIT, a primeira empresa executou cerca de 39,72% da obra na ponte sobre o rio Curuçá e 20,57% na ponte sobre o rio Autaz-Mirim, mesmo após a prorrogação do prazo para conclusão das construções.

A Amazônia Navegações é a mesma empresa contratada pelo DNIT para fazer a travessia provisória dos veículos que precisam seguir caminho nos dois trechos em que as pontes caíram, sobre os rios Autaz-Mirim e Curuçá. O serviço é alvo constante de críticas por usuários, especialmente em relação à falta de segurança ou pelas filas de espera para a travessia.

A portaria de adjudicação e homologação da licitação em favor da nova empresa foi publicada na edição de sexta-feira (20) no Diário Oficial da União. O documento é assinado pelo superintendente regional do DNIT, Orlando Machado. Além de anunciar a vitória da Amazônia Navegações no pregão, o órgão registrou que o custo apresentado pela empresa, de R$ 8,4 milhões, resultou “numa economia de R$ 3.265.157,53 para os cofres públicos”.

O primeiro contrato com a empresa J Nasser Engenharia foi encerrado em outubro. O mês é o mesmo em que estava prevista a finalização da ponte sobre o rio Curuçá, a primeira a desabar e que deixou cinco mortos na tragédia. Dois anos depois, ninguém foi punido pela tragédia e as famílias continuam a buscar justiça.

As pontes localizadas no início da BR-319, na região próxima a Manaus, são consideradas essenciais para a locomoção da população e o transporte de mercadorias adquiridas na capital, com destino ao interior, ou no caminho inverso.

Em 28 de setembro de 2022, a estrutura da ponte sobre o rio Curuçá desabou e deixou cinco pessoas mortas, além de dez feridos. As vítimas são: Darliene Cunha, João Fernandes, Maria Viana Carneiro, Marcos Feitosa e Romulo Pereira.

Poucos dias depois, em 8 de outubro, a ponte sobre o rio Autaz Mirim, no quilômetro 12, também caiu. As obras de recuperação das duas estruturas se arrastaram sem efeito prático por mais de um ano. Em abril, o DNIT reconheceu o atraso da obra, que agora segue com a finalização indefinida.
A reportagem tentou contato com a empresa Amazônia Navegações por meio dos números associados ao CNPJ da empresa, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. O espaço continua aberto para manifestações.

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