Plataforma criada pelo artista Edson Pavoni permite contar as histórias das vítimas da covid-19 por trás números divulgados
(Junio Matos/A Crítica)
A quarentena tem despertado a criatividade de inúmeras pessoas mundo afora, que utilizam a tecnologia e o acesso à internet para desenvolver novos negócios, trazer soluções e criar novos propósitos.
Um exemplo disso é o site inumeraveis.com.br, descrito como "um memorial dedicado à história de cada uma das vítimas do coronavírus no Brasil". O propósito nobre foi criado, em abril, pelo artista Edson Pavoni, em colaboração com jornalistas e voluntários, que transformam em palavras a dor daqueles que ficaram.
A plataforma é aberta e colaborativa. Amigos e familiares podem criar um obtuário virtual ao adicionarem a biografia daqueles que partiram vítimas do vírus contagioso, sem a chance de um velório e um funeral dignos. Os textos são revisado pelos voluntários, antes de serem publicados.
A ideia é mostrar as histórias por trás números divulgados diariamente. Até ontem, havia mais de 300 histórias cadastradas no site Inumeráveis. Inumeráveis histórias como de Augusto José Pinheiro, 59 anos, de Belém (PA), "o tio-amigo e amado"; de Alessandro da Rosa Rocha, 29 anos, do Rio de Janeiro, descrito como "um trabalhador incansável e um companheiro de sua esposa"; e de Maritan Lima Gonçalves, "mulher dedicada ao marido, filhos e netos", que morreu aos 68 anos, em Fortaleza (CE).
Até o momento, a covid-19 levou, oficialmente, mais de 7 mil pessoas no Brasil e contaminou mais de 100 mil. Os números pode ser bem maiores, se levarmos em conta as subnotificações e a falta de testagem.